segunda-feira, 13 de abril de 2009

Não tenho tempo pra envelhecer

Um texto de Arlete Sacramento
A única diferença entre o personagem lendário e eu é que não vendi a minha alma ao diabo, mas eu também não envelheci!
Sinceramente, se me perguntarem minha idade, eu não saberei dizê-la. Sou tão feliz por fazer tanta coisa que o tempo passa por mim sem que eu sinta.
É a brisa que bate em meu rosto e segue seu caminho.
É o infinito azul que me inspira e esqueço o ontém e o amanhã.
Não tenho tempo pra envelhecer.
Experimente, não fique aí parado lamentando-se esperando que a vida passe!
As rugas qual chibatadas vincarão seu rosto.
Vamos, sorria um pouco... goste de você mesmo... sonhe com o próprio sonho... ame com amor...
Erga os braços, realize aluma coisa.
Eu não tenho tempo pra envelhecer!Quando meu rosto disser que tenho cem anos, não acreditem porque minha alma é uma eterna juventude.
Eu não tenho tempo pra envelhecer!

Um dia inesquecível

Tem dia em que a melhor coisa a fazer é ficar em casa, mas como não sou milionária, preciso trabalhar. Quantas pessoas ouvimos dizer que quando saem com uma roupa qualquer, acabam encontrando alguém em quem estão de olho há tempos? E nesse dia, sempre estão usando a mesma blusinha da ultima vez em que ambos se viram. Isso é típico, sempre acontece tanto com homens quanto com mulheres e já aconteceu comigo também. Pois bem, dessa vez ocorreu outro fato, eu saí numa determinada manhã e me arrumei como das demais vezes, porém, usei um sapato confortável que gosto tanto, o problema é que o material usado nele tinha cheiro de chulé, então era preciso colocar os pés dentro e só tirar no momento em que voltasse pra casa sã e salva. Pensei com meus botões, só vou trabalhar e não preciso almoçar em nenhum restaurante japonês, ou seja, não vou precisar tirar os sapatos. Só que Murphy já dizia, se algo tiver que dar errado, dará! O sapato sozinho já tinha aquele aroma de chulé, mas como eu disse antes, era confortável e resolvi usar. Bem, no final da tarde encontrei aquele homem que fazia minha cabeça rodar e ele me convidou para tomar um café. Lógico que eu fui, que mal há em tomar um singelo café? Mas papo vai, papo vem, o clima começou a esquentar, rolou a maior química e pronto! Eu tive que recusar o convite ao motel, ele não conseguia entender, mas como eu poderia explicar que estava usando um “queijão” no pé? Alguém pode me explicar?E esse não era o único fator contra mim, eu precisava me depilar pra poder usar uma lingerie sexy. Ou deveria me apresentar de novo, só que de outra forma?- Prazer, sou Monga, a mulher gorila!O fato é que recusei a ida ao motel e fomos embora, cada um pra sua respectiva casa. De que adiantava estar toda socialzinha, perfumadinha, mas não depilada e com um sapato cujo material cheira a chulé por natureza? Depois desse dia fatídico, aguardei dias e mais dias por um novo convite e nada, quando eu até já estava esquecendo esse episódio, eis que toca o telefone, era ele e me convidou para sair, caprichei e o resultado não poderia ter sido melhor. Nosso namoro durou dois anos e eu pude confessar a razão do meu "não" naquele dia. Demos muitas gargalhadas. Hoje, somos amigos e eu o aconselho a compreender se outra mulher disser não, parecendo querer dizer sim.
Sandra

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Um dia estressante

Hoje acordei irritada com o celular despertando, nem havia um motivo real, apenas acordei assim. Tem dia que não é seu, no momento em que abri meus olhos suspeitei disso. Talvez o motivo seja ter ido dormir muito tarde ontém assistindo a um filme. Eu não conseguia acreditar que já havia amanhecido. Sabe quando seus olhos adquirem vida própria e não adianta seu cérebro estar no comando? Eles, simplesmente, não queriam abrir enquanto eu lamentava não poder acordar às duas horas da tarde, me perdi em pensamentos e acabei levantando mais atrasada ainda, corri para o chuveiro. O problema é que eu esqueci de levar toalha para o banheiro e só quando terminei o banho foi que me dei conta desse 'pequeno' detalhe. Bom, eu tinha duas opções, me secar naturalmente enquanto passava frio ou sair molhada e respingando água pela casa. Até que me secar naturalmente não seria um má ideia visto que eu poderia meditar um pouco, ainda assim, optei pela segunda alternativa, só não contava com uma queda na minha sala a caminho do quarto. E que queda viu! Bati a perna no sofá e caí sentada em cima do caminhãozinho do meu filho, como eu não estava usando nenhuma roupa pra me proteger, me machuquei e esbravejei, não vou revelar as palavras sutis que usei porque tenho uma imagem a zelar. Então, levantei ainda com dor e com raiva e fui me trocar.Na cozinha, já pronta, tomando meu café (nossa, parecia uma leoa que não comia há 200 dias, eu estava com muita fome), mas continuando, enquanto tomava meu café, sabendo que a Lei de Murph rege minha vida, lembrei de um fato importantíssimo e que, naquele momento, mudaria o meu dia de um modo incrível:Hoje é Sexta-Feira Santa, ou seja, feriado. Fiquei puta da vida. Ainda bem que não lembrei desse 'detalhe' no caminho. Já pensou? Ainda bem que meu garotinho acorda cedo sem crise.O problema é que se hoje é sexta-feira, então ontém foi quinta e se ontém foi quinta, não levei meu filho ao pediatra para a consulta de rotina que já estava marcada desde o mês retrasado. Sempre o levo de dois em dois meses.Que dia estressante! E olha que o dia não chegou nem na metade... Daí me destroquei e voltei pra cama.
Sandra

terça-feira, 7 de abril de 2009

Redução da maioridade penal

Esse assunto, sem dúvida, “dá pano pra manga”, gera debates explosivos e divide opiniões. Respeitando aqueles que se opõem à redução da maioridade penal, vamos lá:O que se alega é que menores de 18 anos não possuem desenvolvimento mental completo para compreender o caráter ilícito de seus atos, ou seja, uma “criança” de 17 anos, por exemplo, não pode responder pelo que faz como se fosse um adulto, afinal, o processo que ocorrerá em sua mente até que ela complete 18 anos é repleto de detalhes e fará dela uma pessoa direita. Não é isso? Apenas nesse intervalo de um ano, ela deixa de ser uma “criança” que não sabe o que faz para se tornar um “adulto” consciente dos próprios atos. Ora, não é porque as pessoas de um modo geral, já mostram sua boa índole desde pequenas que esses "inocentes vilões" devem ser punidos por leis severas, principalmente, tratando-se das "duras" leis brasileiras.Se um pai de família é assaltado por um moleque e acaba perdendo a vida, o infrator permanecerá apenas 3 anos recluso e tudo bem. Lógico, o pai de família que escolhesse outra rua pra passar! Quem mandou achar que era um cidadão livre com direitos de ir e vir? Só porque paga seus impostos?Certa vez, uma mãe ao entrar em sua casa ouviu os gritos do seu filhinho de apenas três anos, eram gritos desesperados de dor e medo, ela correu e avistou um adolescente de 15 anos estuprando o garotinho, tratava-se um vizinho. Mais tarde diante dos policiais e do delegado, o adolescente rindo olhou dentro dos olhos dessa mãe e disse: “sou menor, nada vai acontecer comigo!” O que deve fazer uma mãe numa hora dessas? Eu nem teria esperado pela polícia, teria cortado o pinto dele fora na mesma hora. Essa mãe mesmo revoltada esperou pelos policiais, mas após ouvir essa pérola, tirou uma faca do bolso e a enfiou no pescoço do adolescente que, obviamente, não sabia o que fazia. Pois bem, ele agonizou até morrer dentro da delegacia. Dou uma bala pra quem adivinhar o que aconteceu com a mãe do menino. O que poderia acontecer a uma mulher inconsequente e sem noção? Onde já se viu não compreender que aquele "adolescentezinho" não possuía discernimento pra saber o que é certo e errado. E observem que com apenas um aninho a mais, o mesmo já poderia até votar, exercendo assim seu direito de cidadão. Em suma, ela foi presa e seu filho precisará de tratamento psicológico sabe-se lá por quanto tempo.O mais estranho é que os menores infratores agem de modo violento e cruel na maioria das vezes, sabem que a lei os protege e se divertem, passam a fazer parte de organizações criminosas enquanto cidadãos de bens são assassinados ou espancados por eles que são "incapazes" de pensar.O que falta é pulso firme por parte das autoridades, ação governamental, mudança nas leis e punições aos malfeitores tenham eles a idade que tiver. Passou da hora de haver medidas de mudança dentro de presídios e centros de reabilitação inclusive para menores de 18 anos, além de uma oportunidade para que a população carcerária aprenda uma profissão e pague por sua estadia. Se as pessoas votassem com consciência, esse poderia ser o caminho.Chega de impunidade, chega de absurdos e chega de desejarmos justiça somente quando as vítimas são nossos parentes, amigos ou nós mesmos.
Sandra

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Putz, engravidei

Acalmem-se, acalmem-se! Apenas vou contar como tudo começou.
Sabe quando você ouve pessoas dizerem o tempo todo que uma mulher só se realiza quando se torna mãe? E eu pensava com meus botões, como assim? Não gostava de criança, quer dizer, até gostava muito, muito mesmo, principalmente quando a visita acabava e ela ia embora com seus respectivos pais. Ué gente, não nasci pra ser mãe, acordar de madrugada com choro de bebê, trocar fralda e tudo mais não era pra mim, pra que mentir?
Na época, eu ainda estava casada (menos mal) e como meu marido já tinha um filho, então fiquei satisfeita, nem que ele insistisse em ter outro teria conversa, pois é, me casei com a pessoa certa. Não é que um belo dia, mesmo tomando remédio minha menstruação não veio? Claro que pensei em problemas hormonais. Porém, os dias foram passando e concluí que três semanas de problemas hormonais já era demais e decidi fazer um teste de farmácia só por desencargo de consciência. Comprei aquele que pode ser usado a qualquer hora do dia, quase enfartei quando o resultado deu positivo. Mesmo assim, se vocês pensam que me deixer abater, muito se enganam. Lógico que um teste que se pode fazer a qualquer hora do dia não tinha fundamento algum, comprei outro muito melhor, daqueles que precisam ser testados com a primeira urina do dia, nesse eu podia confiar. Como sou pouco ansiosa, não consegui dormir de noite aguardando o amanhecer, sem falar nas torradas, chocolates, pão doce, frutas, bolachas e uma série de outras guloseimas mais, as quais foram minhas companheiras noturnas nessa empreitada difícil de espera. Sim, porque contar com meu marido era impossível, ele dormia profundamente. Ufa! Finalmente olhei pela janela e concluí que amanheceu. Corri para o banheiro e fiz xixi. Esperei uns minutinhos e, de repente, positivo de novo! Nessa hora enlouqueci. Como que uma pessoa em sã consciência poderia acreditar em exames de farmácia? Que absurdo! Não perdi tempo e fui fazer exame de urina numa clínica, no dia seguinte saiu o resultado e, advinhem, foi positivo. Algo estava errado, eu tomava remédio. Então o médico me explicou que alguns medicamentos cortam o efeito de um anticoncepcional como, por exemplo, um antibiótico. Eu não dei atenção e naquele momento tive a certeza de que exames de urina não servem pra nada, eles seguem o mesmo procedimento dos exames de farmácia. Ou seja, quer saber se está grávida? Faça exame de sangue! E foi o que fiz, só que precisei esperar 2 dias, foram dois dias de muito chocolate, sorvete, bala e outras tranqueiras até que chegou o grande momento, cheguei bem mais cedo do que o horário agendado pra me consultar com o médico, levei um livro pra passar as horas, mas não consegui me concentrar, andei de um lado pro outro e, finalmente, meu nome foi chamado. Ao entrar no consultório já fui logo dizendo ao doutor pra não perder tempo e abrir o envelope, ele sorriu, abriu, olhou bem dentro dos meus olhos e disse: "parabéns, mamãe"! Quase que eu respondi, "esse sangue não é meu, trocaram o resultado, quero refazer o exame", mas não adiantava, eu havia engravidado e isso era um fato.
Chorei dois dias e duas noites, mas comecei meu pré-natal. Acreditem, me levaram pra fazer um exame chamado cardiotoco, o qual serve pra ouvir o coraçãozinho do bebê, quando comecei a escutar aquelas batidas senti meu corpo tremer, quase me faltou o ar, eu não conseguia conter as lágrimas, parecia uma manteiga derretida, quase inundei o hospital. Senti uma sensação que é inexplicável, impossível traduzir em palavras, só quem sente sabe. E a partir daquele momento, quando senti aquela vida dentro de mim, nada mais me importava, só o fato de saber que eu teria um filho, já o amava loucamente de um modo que nunca tinha sentido igual, eu já era mãe. Foi a coisa mais maravilhosa que aconteceu na minha vida.
Hoje posso dizer com toda convicção que meu filho é minha melhor obra, é minha vida, meu grande amor.
Sandra