quarta-feira, 1 de abril de 2009

Putz, engravidei

Acalmem-se, acalmem-se! Apenas vou contar como tudo começou.
Sabe quando você ouve pessoas dizerem o tempo todo que uma mulher só se realiza quando se torna mãe? E eu pensava com meus botões, como assim? Não gostava de criança, quer dizer, até gostava muito, muito mesmo, principalmente quando a visita acabava e ela ia embora com seus respectivos pais. Ué gente, não nasci pra ser mãe, acordar de madrugada com choro de bebê, trocar fralda e tudo mais não era pra mim, pra que mentir?
Na época, eu ainda estava casada (menos mal) e como meu marido já tinha um filho, então fiquei satisfeita, nem que ele insistisse em ter outro teria conversa, pois é, me casei com a pessoa certa. Não é que um belo dia, mesmo tomando remédio minha menstruação não veio? Claro que pensei em problemas hormonais. Porém, os dias foram passando e concluí que três semanas de problemas hormonais já era demais e decidi fazer um teste de farmácia só por desencargo de consciência. Comprei aquele que pode ser usado a qualquer hora do dia, quase enfartei quando o resultado deu positivo. Mesmo assim, se vocês pensam que me deixer abater, muito se enganam. Lógico que um teste que se pode fazer a qualquer hora do dia não tinha fundamento algum, comprei outro muito melhor, daqueles que precisam ser testados com a primeira urina do dia, nesse eu podia confiar. Como sou pouco ansiosa, não consegui dormir de noite aguardando o amanhecer, sem falar nas torradas, chocolates, pão doce, frutas, bolachas e uma série de outras guloseimas mais, as quais foram minhas companheiras noturnas nessa empreitada difícil de espera. Sim, porque contar com meu marido era impossível, ele dormia profundamente. Ufa! Finalmente olhei pela janela e concluí que amanheceu. Corri para o banheiro e fiz xixi. Esperei uns minutinhos e, de repente, positivo de novo! Nessa hora enlouqueci. Como que uma pessoa em sã consciência poderia acreditar em exames de farmácia? Que absurdo! Não perdi tempo e fui fazer exame de urina numa clínica, no dia seguinte saiu o resultado e, advinhem, foi positivo. Algo estava errado, eu tomava remédio. Então o médico me explicou que alguns medicamentos cortam o efeito de um anticoncepcional como, por exemplo, um antibiótico. Eu não dei atenção e naquele momento tive a certeza de que exames de urina não servem pra nada, eles seguem o mesmo procedimento dos exames de farmácia. Ou seja, quer saber se está grávida? Faça exame de sangue! E foi o que fiz, só que precisei esperar 2 dias, foram dois dias de muito chocolate, sorvete, bala e outras tranqueiras até que chegou o grande momento, cheguei bem mais cedo do que o horário agendado pra me consultar com o médico, levei um livro pra passar as horas, mas não consegui me concentrar, andei de um lado pro outro e, finalmente, meu nome foi chamado. Ao entrar no consultório já fui logo dizendo ao doutor pra não perder tempo e abrir o envelope, ele sorriu, abriu, olhou bem dentro dos meus olhos e disse: "parabéns, mamãe"! Quase que eu respondi, "esse sangue não é meu, trocaram o resultado, quero refazer o exame", mas não adiantava, eu havia engravidado e isso era um fato.
Chorei dois dias e duas noites, mas comecei meu pré-natal. Acreditem, me levaram pra fazer um exame chamado cardiotoco, o qual serve pra ouvir o coraçãozinho do bebê, quando comecei a escutar aquelas batidas senti meu corpo tremer, quase me faltou o ar, eu não conseguia conter as lágrimas, parecia uma manteiga derretida, quase inundei o hospital. Senti uma sensação que é inexplicável, impossível traduzir em palavras, só quem sente sabe. E a partir daquele momento, quando senti aquela vida dentro de mim, nada mais me importava, só o fato de saber que eu teria um filho, já o amava loucamente de um modo que nunca tinha sentido igual, eu já era mãe. Foi a coisa mais maravilhosa que aconteceu na minha vida.
Hoje posso dizer com toda convicção que meu filho é minha melhor obra, é minha vida, meu grande amor.
Sandra

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